quarta-feira, 27 de maio de 2009

COMO É RUIM NÃO COMPREENDER AS PESSOAS!

Cheguei às 17:40hs no aeroporto Dulles, em Washington. Ao sair da aeronave procurei um lugar tranqüilo para me sentar e avaliar a viagem até aqui. Criei um início de tensão, ao permitir que a entrevista feita por Mara Rúbia, da Maraberto Publicity para o meu novo site SONDA-ME. COM se estendesse um pouco mais que o recomendável. O vôo saía de Boston às 16:27hs e somente às 16:10hs é que eu estava entrando no portão de embarque.

Havia me esquecido da demora em embarcar nos vôos internacionais a partir dos Estados Unidos. Há todo um cerimonial a ser observado, como descalçar-se e colocar os sapatos nas bandejas, abrir a bolsa com o Lap Top e, no meu caso específico, abrir ainda a malinha que trazia, em razão de um brinquedo que eu não quis retirar da caixa - 16:18hs. A sorte foi que o acesso aos portões era a partir do no. 11, enquanto meu portão de embarque seria o 14. Cheguei a tempo.

Outro inconveniente: a aeronave era pequena, o que significava não haver muito espaço para bagagem de mão no interior, especialmente quando se é o último a embarcar! Diria que é uma sina essa minha problemática com vôos. Não há uma viagem tranqüila que eu consiga fazer, sem contar as coisas que acabo deixando para trás, mesmo depois de ter feito uma lista extensa e (quase) completa sobre tudo que preciso.

Descobri que preciso fazer um curso de inglês. Essa história de saber apenas “para minha sobrevivência” já me ensinou que posso precisar de um pouco mais que apenas sobreviver! Uma palavra que me foi dirigida por um funcionário, a quem não respondi por não entender corretamente. Uma instrução mal compreendida que me fez gastar $10 dólares a mais e, finalmente, o desejo de conversar um pouco com a companheira de viagem ao meu lado e o medo de “travar” a língua em uma construção mal feita ou um diálogo quebrado.

Encontrei o local do novo embarque, no avião que me levaria para São Paulo e ali estacionei. Ainda consegui falar um pouco com meus filhos Leonardo e Julie, embora descobrisse que o cartão de $10 dólares só me dá cinco míseros minutos de conversa. Ainda assim, precisei da ajuda de dois simpáticos mineiros (raros na América!) que me auxiliaram com a ligação. Claro que abstraí! Fiquei pensando justamente nisto: há pessoas que desejam falar, mas não sabem como fazê-lo! Há muitos que, como eu desejariam conversar um pouco, talvez apenas para passar o tempo, o intervalo de quatro horas entre a chegada a Washington e a partida para o Brasil.

Quantos se encaramujam em suas vidinhas pobres, pelo medo de não conseguirem expressar corretamente os seus sentimentos. Ou pior: não serem compreendidos e assim serem condenados pelos outros. Como é ruim não ter ninguém que nos compreenda! Como é angustiante não saber se expressar.

Por outro lado, que bom quando aparecem pessoas na hora “h”, como os mineiros da minha experiência, dispostos a não somente orientar, como completar eles mesmos a ligação.
Pessoas precisam de Deus. Pessoas precisam de pessoas...

3 comentários:

Bá Reis disse...

Que coisa boa ler seus textos cheios de essencia e simplesmente você. Como é bom poder ser a gente mesmo e encontrar pessoas que gostam de ser somente elas.
Pessoas precisam de Deus. Pessoas precisam de pessoas.
beijos,

Allison Ambrosio disse...

Você é muito especial. Obrigado!

Lian disse...

Acho que ninguém mais lê esse blog, comentar então!!!!! Sinto sua falta Allison e ler seus textos me acalma o coração pois te sinto bem perto de mim. Como é bom te escrever, é como conversar de novo,rever teu rosto meigo e amigo...Pena que não vá me responder. O fato de você não estar aqui visível e palpavel não diminui o amor que sinto por você! Você estará para sempre em meu coração!!!!!